Obama "furioso" com derrame de petróleo

No dia em que a BP anunciou a criação de uma empresa responsável pela gestão dos efeitos provocados pelo derrame de crude no Golfo do México, o presidente norte-americano disse estar "furioso" com toda a situação, causada por "alguém que não pensou o suficiente nas consequências dos seus actos".<br />
Publicado a
Atualizado a

Numa entrevista concedida ao programa da cadeia CNN "Larry King Live", emitido esta noite, mas do qual já são conhecidos alguns excertos, o presidente norte-americano, Barack Obama disse, no entanto, que a sua fúria não serve de muito neste caso e que o que tem de fazer "é resolver o problema".

"Afinal trata-se das gentes no Golfo que estão a ser prejudicadas e do que faço para que possam recuperar a sua maneira de viver", disse.

Como noutras ocasiões, o presidente americano garantiu que a empresa responsável pelo derrame, a British Petroleum (BP), terá de pagar todos os custos e indemnizações causados pelo desastre.

"O meu trabalho é assegurar que são responsabilizados", afirmou Obama ao acrescentar que a companhia "já sentiu o seu descontentamento" mas que ele não viu , como gostaria, "um tipo de resposta rápida" por parte da BP.

O derrame de petróleo transformou-se na pior catástrofe ecológica do país, mas o presidente continua a apoiar a perfuração a grande profundidade desde que "possa ser concretizada de forma segura".

Barack Obama estará hoje na costa do Luisiana, o Estado mais afectado pelo derrame, para supervisionar as tarefas de luta contra e limpeza da maré-negra, a terceira visita do presidente americano ao local depois da explosão e afundamento da plataforma "Deepwater Horizon".

BP vai criar empresa para gerir efeitos do derrame

A companhia petrolífera britânica BP anunciou hoje que vai criar uma empresa que será responsável pela gestão dos efeitos e dos problemas provocados pelo derrame de crude no Golfo do México.

O anúncio foi feito pelo líder da petrolífera, Tony Hayward, durante uma teleconferência de accionistas, citada pela agência EFE.

A nova empresa será dirigida pelo responsável da BP nos Estados Unidos, Bob Dudley, que assegurará o cumprimento de "todas as obrigações" desta nova unidade, afirmou Hayward, na mesma ocasião.

O presidente-executivo garantiu que esta nova estrutura não vai implicar "uma reorganização de activos", mas apenas de pessoas, de modo a que seja possível separar a actividade normal da petrolífera do trabalho de resposta ao desastre ambiental no Golfo do México.

Tony Hayward reafirmou ainda o "total compromisso" da empresa para resolver a situação criada pelo acidente na plataforma Deepwater Horizon, a 20 de Abril, onde morreram 11 pessoas.

Primeira factura custa 69 milhões à BP

A administração norte-americana enviou na quinta feira à companhia petrolífera a primeira factura, no valor de 69 milhões de dólares, dos custos totais da limpeza e dos efeitos da maré negra no Golfo do México.

A BP divulgou hoje que o corte efectuado na conduta que esteve na origem do derrame no Golfo do México e a colocação de uma tapa no local já permitiu recuperar parte do petróleo que estava a sair do poço subaquático.

Doug Suttles, chefe das operações da companhia britânica, afirmou, em declarações a vários canais de televisão norte-americanos, que os hidrocarbonos estão a chegar a um navio à superfície.

"Estou confiante em que isto vai funcionar. Provavelmente não iremos capturar todo o fluxo, mas devemos apanhar a maioria", afirmou Suttles.

Por seu lado, o presidente executivo da BP, Tony Hayward, admitiu também hoje que serão necessárias "cerca de 48 horas para avaliar a quantidade de gás e de petróleo resgatados".

Artigos Relacionados

No stories found.
Diário de Notícias
www.dn.pt